terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Fuga do Papagaio

 
 




À querida amiga Irene
O papagaio fugiu.
Tem ainda uma gatinha
Que por isso se afligiu.

 
A janela foi aberta,
Porque a tarde estava quente.
E a ave partiu feliz,
À aventura, inocente!

 
Sua companheira, a gata
Não quer aceitar comida.
Ainda só com três meses
Já tem desgostos na vida.

 
Para achar o papagaio,
Minha Amiga tudo fez.
Correu ruas e quintais,
E fê-lo mais de uma vez!
 

Coberto de verdes penas,
Muito alegre e palrador,
Decerto que, quem o viu,
O achou encantador.

 
Esta amizade engraçada,
A gatinha vai esquecer.
Só podia ser possível,
Por tão pequenina ser!
 
Maria da Fonseca


domingo, 28 de outubro de 2012

Trocadilhos

 
 
 
 

Trocadilhos, trocadilhos,
Na Internet cirandar,
Quero trocar co'os amigos,
A sorrir e a folgar.
 
E, as minhas redondilhas
Da primavera, enviar,
Às minhas q'ridas amigas
Prò dia a dia enfeitar.
 
Sol, azul,gorjeios, aves,
Convosco trocadilhar,
Mais o aroma das flores,
Todo o bem compartilhar.
 
Trocadilhos, redondilhas,
Amizade a viajar
Para o Sul e seus Poetas,
Que vivem além do mar.
 
Maria da Fonseca

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Piar do Pardalinho

 
 

A esta hora da tarde,
Como pias pardalinho!
Bem te vi hoje brincar
Na água do regatinho.
 
Já voas todo ligeiro,
E somes entre a folhagem
Da árvore mais copada,
Desta tão linda paisagem.
 
E voltas com alegria,
No meio dos teus iguais,
A pousar neste telhado,
Junto com outros pardais.
 
Do belo Sol derradeiro,
Sentes ainda o calor.
Em conjunto com teu bando,
Chilreias cheio de ardor.

 
Na árvore que é teu abrigo,
Com centenas te recolhes.
Pardal da minha afeição,
Singelo viver tu escolhes!

 
Amanhã não te verei,
Entre muitos te perdi,
Mas ouvirei outro pio,
Pensando que vem de ti.



Maria da Fonseca

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Meu Outono Disfarçado

 

 
 
 

Meu outono disfarçado!
Rosas, arbustos, pardais
E campainhas azuis
Enfeitam nossos quintais.
 
Bela a luz que o Sol nos dá
Tudo é cor, quanta beleza!
O verde orla meu caminho.
Adoro a mãe Natureza!
 
Eu, panteísta não sou,
Mas, eterna fascinada.
Anseio ser imortal
Pra viver apaixonada!
 
Maria da Fonseca

 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Incertezas

 
Desenho de Isa Silva



Difícil é versejar
Co'os nervos à flor da pele!
Nasce a ideia devagar
Mas meu coração repele.
 
 
Ele sofre e se angustia,
Perturba a inspiração.
Meu verso perde a magia
Pra louvar a Criação.
 
 
Incerteza e sofrimento,
Pobreza e desemprego.
A crise gera tormento,
Como posso ter sossego?!
 
 
Minha quadra sai mais pobre,
A alma não se conforma
Co'o que passa um povo nobre,
Solidário em sua forma.
 
 
Insisto em tentar 'screver
No lindo dia de outono,
Meu estilo a não perder
Nem rimas ao abandono.
 
 
Mas o coração não 'squece
E não se alegra co'a luz.
O que em redor acontece
A minha arte reduz...
 
Maria da Fonseca





terça-feira, 2 de outubro de 2012

Coincidências

 
 
 
 

O nosso irmão ser amado,
Por coincidência ou não,
No tempo e local marcado
Ao nascer da emoção.
 

Ser ou não coincidência
Nosso encontro neste mundo.
Grata 'star à Providência
Por cada afeto profundo.
 

Sempre houve males na Terra,
Senhor Deus não omitiu;
Mas a Criação não erra,
Milagre sempre existiu!

 
Coincidência haverá
Na época em que vivemos.
Nosso próximo será
Aquele que conhecemos.

 
Coincidência será
Inerente a cada era.
A afeição subsistirá
Quer seja ou não primavera.

 
A coincidência é quanta
A Criação predispor
Regando tão bela planta
Com o Amor do Senhor!
 
Maria da Fonseca
 
 


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Folha Ferida

 
 
 
 
 
Feri uma folha linda
Da minha chuva de prata.
Se tem sistema nervoso,
Decerto me julga ingrata.

 
- Desculpa, foi sem querer,
Respeito todo o ser vivo
E o trato como irmão - .
Mas um tom acusativo,

 
De repente eu pressinto.
- Como faltas à verdade,
Tudo comes, satisfazes
A tua necessidade.

Dizes ser filha de Deus
E de Jesus muito amiga.
Até prometes amar
Tua própria inimiga.

 
Da Criação, os seus dons
Agradeces reverente,
E crês que este mundo existe
Para te servir somente.

 
O Senhor te deu a alma
Na vida que recebeste.
Já pensaste, minha irmã,
Como te comprometeste?!

Também recebi do Alto
Esta vida que aprecias.
Presa à terra pelo caule,
A louvar, passo os meus dias -.
 
Maria da Fonseca