terça-feira, 17 de julho de 2018

Chegada do Verão

                                                   
                                                      Foto de Maria João Costa




Despediu-se a primavera,
Volúvel e arborizada,
Ainda bem diferente
Da aparência costumada.

É o dia maior do ano,
O primeiro do verão,
Nuvem pesada a poente
E chuva em profusão.

De noite houve trovoada
A perturbar o descanso,
Faíscas iluminaram
Nosso lugar de remanso.

Mas sinto-me mais feliz,
Já tenho orquídeas abertas,
Espero que outras floresçam
E há violetas despertas.

O manjerico floriu,
O que nunca aconteceu,
Cheio de florzinhas brancas
Seu aroma rescendeu.

Lá fora os jacarandás
Com as flores aniladas
Embelezam a avenida
Recordando águas passadas.

O verão procura impor-se,
Se bem que algo atrasado,
Mas a natureza é sábia
E o Senhor, nosso aliado!

Maria da Fonseca



quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Lua Cheia






 
 
 
 
Linda a Lua em Setembro
Em quente noite de v'rão,
O céu 'stá azul veludo
E bate meu coração!

Brilha redonda, enorme,
Como se bola de Sol
Entrasse no nosso quarto
A iluminar o lençol.

 
Agora a pairar no ar
De luz parece ser feita,
Houve mesmo quem dissesse
Dos poetas ser a eleita.
 
 
Noutros dias, noutros meses,
Faz noites qu'stá assim
Lua cheia maravilha
A banhar o meu jardim.
 
 
E quando já a não vemos
Perdemos sua magia,
A escuridão apoquenta,
Esperemos outro dia.
 
Maria da Fonseca

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Agosto Abrasador

 
foto de Maria João Costa



O nosso agosto chegou
Neste verão seco e quente,
A temp'ratura apertou
E a humidade ausente.

À tarde vem uma aragem
Que os ramos abanará
Embelezando a paisagem
E o calor suavizará.

Mas o Sol abrasador
Volta no dia seguinte,
As folhas perdem a cor
E as flores, o requinte.

As arves, que lindas eram,
De vários tons se apresentam,
Porque por si não puderam
Manter-se, o que lamentam.

E, se o vento redobra,
Nosso coração 'stremece,
Lembra o que o incendio cobra
Se uma fagulha aparece.

Nosso Senhor nos proteja
Desse fogo malfazejo,
Não sabemos quem maneja,
Mas castigo lhe desejo!
 
Maria da Fonseca

terça-feira, 18 de julho de 2017

A Palavra Subtil


A obra que foi sonhada
Nunca atinge a perfeição,
Como o poema que escrevo
Não consola o coração!
 
Procuro a palavra, escolho,
Rebusco a que melhor soa,
Mas quando volto e a releio,
Sinto que a apliquei à toa.
 
Corresponde ao meu desejo
Do vocábulo perfeito
Pra transmitir o que vejo
E revelar seu efeito?!
 
Talvez deva ser mais clara
Ou quem sabe, mais subtil,
Para mostrar os matizes
Dum amado mês de Abril?
 
O pintor pode criar
Todos os tons que ele vê!
Eu tenho apenas palavras
Para encantar quem me lê.
 
Mas nesta luta que adoro
Me proponho continuar.
O que vejo e me empolga
A todos vós vou contar!
 
Maria da Fonseca
                
                                                  

sábado, 17 de junho de 2017

As Cores da Primavera



 
'Stá um dia radioso,
O céu azul, o Sol brilha.
Sábado com meu esposo
A natureza partilha.
 
As arves iluminadas
Embelezam no momento,
Fartas as suas ramadas
Jogam ao sabor do vento.
 
'Stá presente a primavera,
Orquídeas e outras flores
Perfumam a atmosfera
E agradam com suas cores.
 
Na jarra são cor de rosa
E amarelas, raiadas,
Com beijinhos de amorosa
Mãe, lindamente enlaçadas.
 
Os antúrios 'stão brilhantes,
Novos, lindos e rosados,
Violetas em cambiantes
Enfeitam todos os lados.
 
Mais ao longe as nespereiras
Fazem jus à criação,
A dar fruto são primeiras
Animando o coração.
 
E as aves louvam também
Com seu mavioso canto,
Alegram quem vem por bem,
A completar este encanto!
 
Maria da Fonseca

domingo, 4 de junho de 2017

https://www.amazon.com/Poesia-Natureza-Momentos-Harmonia-Portuguese/dp/154525317X/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1496595491&sr=1-1&keywords=maria+da+fonseca+poesia+da+natureza
 
 
 Poesia da Natureza - Momentos de Harmonia
 
"Momentos de Harmonia", primeiro de dois volumes subordinados ao tema “Poesia da Natureza”, reúne textos de uma sensibilidade tocante, em que a descrição da Natureza nas suas quatro estações surge imbuída de fé, esperança e amor pela humanidade e toda a criação. Sendo uma poesia aparentemente simples, nela encontramos um grande rigor métrico e vocabular, e uma profundidade que não macula, porém, a luminosidade do estilo nem a beleza serena das imagens.
Este livro, de Maria da Fonseca, constitui um verdadeiro lenitivo para a alma, tão valioso nos atribulados dias que vivemos.
 
Ilona Bastos

sábado, 6 de maio de 2017

Voltou a Primavera




     

Mais um sábado feliz
Subo a escada devagar,
Cor-de-rosa as sardinheiras
Atraem o meu olhar.

E ainda as há vermelhas
No canteiro mais atrás.
Cheia de florzinhas brancas
A relva também me apraz.

As formigas no carreiro
A transportar seu sustento
Mais pesado do que elas,
Bagos, palhas, alimento!

Piso os degraus com cuidado
Para não as magoar.
Ouço os passarinhos perto,
Não se cansam de cantar.

Lá no topo cada melro
Corre quando me pressente.
Amena a temperatura
Suaviza o ambiente.
 
Maria da Fonseca