quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cerejas da Gardunha



A rolar entre pomares
Na quente Cova da Beira
Estávamos curiosos
Para ver a Cerejeira.


Encontrámo-la feliz,
Carregada de cerejas,
As folhas verdes dos ramos
Resguardando-as, benfazejas.


De seus pezinhos suspensas
Eram uma tentação,
Vermelhas e madurinhas,
Milagre da Criação!


Não pudemos resistir
A colhê-las, que pecado,
Do ramo encantador
Sobre o muro debruçado.


Lindas e doces cerejas
Saboreámos, meu Deus!
Logo pensámos trazê-las,
Mas nossas não eram, céus!


Presto saímos dali,
O Sol a pino escaldava,
E o impulso de as roubar
Mais ainda nos queimava.


E se as quisemos trazer
Tivemos que as comprar,
As cerejas da Gardunha
Gostosas ao regressar!

Maria da Fonseca



1 comentário:

  1. Um blog muito agradável. Gostei do que vi.
    Lindas poesias, fotos maravilhosas.
    Parabéns e muitas felicidades para o futuro e
    apresentação de seus trabalhos.
    Abraço poético
    Joaquim Marques

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