segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Folha Ferida

 
 
 
 
 
Feri uma folha linda
Da minha chuva de prata.
Se tem sistema nervoso,
Decerto me julga ingrata.

 
- Desculpa, foi sem querer,
Respeito todo o ser vivo
E o trato como irmão - .
Mas um tom acusativo,

 
De repente eu pressinto.
- Como faltas à verdade,
Tudo comes, satisfazes
A tua necessidade.

Dizes ser filha de Deus
E de Jesus muito amiga.
Até prometes amar
Tua própria inimiga.

 
Da Criação, os seus dons
Agradeces reverente,
E crês que este mundo existe
Para te servir somente.

 
O Senhor te deu a alma
Na vida que recebeste.
Já pensaste, minha irmã,
Como te comprometeste?!

Também recebi do Alto
Esta vida que aprecias.
Presa à terra pelo caule,
A louvar, passo os meus dias -.
 
Maria da Fonseca


1 comentário:

  1. Olá, Maria da Fonseca!

    Questão pertinente, esta
    Será que as plantas sentem?
    Esperemos bem que não
    Para descanso da consciência...

    Lindo poema, repleto de sensibilidade - como sempre.

    E obrigado pelas palavras amigas; espero que a ausência se não prolongue por muito mais tempo, e que um dias destes esteja de volta...

    Abraço amigo, e boa semana.

    Vitor

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