Não vou 'squecer este outono
P´la sina ver alterada.
A Criação 'stá na mesma,
Morna, límpida e molhada.
Na marquise tenho as flores
'Inda a brilharem ao Sol,
Violetas perfumadas
E os antúrios arrebol.
Uma rosa pequenina,
Que encanta pela lindeza,
Olha pra mim altaneira,
De cima da minha mesa.
Lá fora 'stá uma arve
A enfeitar o jardim
Com folhagem amarela,
Todos os anos é assim.
As fruteiras rendilhadas,
De folhas secas vestidas,
Que logo se soltarão,
Pela viração, batidas.
E do outro lado, a tília
Que foi linda, harmoniosa,
Vai a perder a frescura,
Tendo florido odorosa.
Por perto 'stá S. Martinho,
Verão e castanha assada.
A beleza outonal
Breve será dissipada!
Maria da Fonseca
Uma sombra tolda a nossa alegria, mas felizmente temos a Criação a viver, a renascer, a encher-nos o olhar e a alma de tão belas formas e cores. Aqui, a Natureza chega-nos depurada, em mais um poema encantador. Muito obrigada querida Poetisa! Continue sempre a compor os seus maravilhosos hinos à Natureza! Muitos beijinhos, Ilona
ResponderEliminarA sua poesia é sempre um hino à vida e à Natureza.
ResponderEliminarNela se encontra toda a sua imensa sensibilidade.
Bjs. da amiga
Irene Alves
Um excelente poema, que tão bem fala da beleza do outono.
ResponderEliminarGostei imenso, cara amiga.
Maria, continuação de boa semana.
Um abraço.