Manhã cinzenta de Abril,
Caem umas gotas de água.
Sincera a mãe Natureza
Também chora a minha mágoa.
A madressilva florida
É tão batida p’lo vento,
Que o seu perfume se esvai,
Para aumentar meu tormento.
Mas não perdi a memória
Doutra imagem que retive.
Também era Primavera,
Eu também ali estive.
As flores da madressilva
Rescendiam delicadas.
A sua doce fragrância
Enchia nossas moradas.
Já nada é como era
E não se vai repetir.
Aquela grata lembrança
Só vive no meu sentir.
Muitos anos se passaram,
Mas o aroma não esquece.
E quando o tempo amornar,
Meu sentido o reconhece.
Maria da Fonseca
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