De manhã escuto o piar
De tão gentis passarinhos,
Ao sair da minha casa,
A espreitarem dos seus ninhos.
Apesar de Inverno ser
E o dia estar cinzento,
Eles chilreiam alegres
Em amável cumprimento.
Sinto que são meus amigos
E que sabem quanto os amo.
Gosto tanto de os cantar,
Sua viveza proclamo.
E se os não ouço, Deus meu,
Fico bem preocupada.
Lesta apuro o meu ouvido,
Nos ramos não vejo nada!
São tal como as folhas secas,
Castanhos, arredondados.
E se forem doutra espécie,
Quedam-se mais afastados.
Pareceu-me ouvir seu canto
Agora com nitidez!
O meu jardim entristece
Se não escuto vocês!
Maria da Fonseca
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