Praia da Rocha
Recordando que a linha do horizonte é, por definição, a linha de contacto aparente entre o Céu e a Terra, permaneço diante do Oceano soberbo, limitado por uma linha curva perfeita.
Esta visão sempre me encanta ano após ano. Não me lembro de outra linha do horizonte tão nítida como esta. Transparência rara. O Senhor a cria com seu divino compasso e não permite que seja maculada. É imperceptível a olho nu qualquer alteração na pureza dessa curva. Agora não existem dúvidas quanto à afirmação de a Terra ser esférica. Mas aqui até a criança que brinca na praia compreenderia a antiga justificação.
Não se vislumbra qualquer objecto vindo do Sul que afecte a bela linha imaginária que separa o mar profundo tinto de azul forte do céu azul celeste límpido sem mancha. Cair da tarde magnífico a transmitir serenidade, poesia!
Se do lado de cá vemos barcos, velas, gaivotas pousadas onde o Sol ainda ilumina e banhistas retardatários, para lá do horizonte só se nos apresenta o que a imaginação do poeta conceber.
Procurando melhor, reparo em duas faixas, uma rosada e outra lilacínea que se desenvolvem paralelamente à linha do horizonte. Quanto mais me afirmo mais a cor lilás se propaga elevando-se no céu de maneira a desaparecer a luz. É o Sol que se está a pôr. Muito breve chegará a noite e a saudade da maravilhosa vista que desfrutei sobre o Atlântico.
Se Deus assim o quiser amanhã nascerá um novo dia!
Maria da Fonseca
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