segunda-feira, 28 de maio de 2012

Maio Volúvel


foto de J. Bastos Baptista


Por entre as nuvens pesadas
Raiou o Sol e a alegria
Brilharam folhas molhadas
Pela chuva que caía.

 
Casal de melros bulia
Por um niquito de pão
Pelos vistos discutia
A saltitar pelo chão.

O céu azul alternava
Com as nuvens bem cinzentas
Conforme o vento soprava
Mexendo as folhas sedentas.

O arco-íris não vi
Decerto estaria lindo
Mas a chuva que senti
Fez com que eu fosse seguindo.

E os meus olhos seduzidos
Fixaram-se noutros sóis
Nas árvores refletidos
Como em espadas de heróis.

Meu Maio vai-se vestindo
De nova e verde folhagem
Diletas plantas florindo
A transformar a paisagem.

Maria da Fonseca


2 comentários:

  1. Olá, Maria da Fonseca!

    Bonita homenagem, neste lindo poema dedicado à natureza. Mês de Maio, mês das rosas, as flores abrem, ficam viçosas - assim rezava a cantiga, de que lembro só este pedacinho...

    É muito bonito o que a Maria da Fonseca escreve; duma simplicidade enganadora, e encantadora.

    Abraço amigo
    Vitor

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  2. Apesar do Maio já lá ir, não deixo de escrever umas
    palavrinhas para o seu maravilhoso poema a Maio.
    Bj.
    Irene

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