sábado, 5 de maio de 2012

Ternura da Minha Infância




Minha memória da infância
‘Stá longe, quase apagada
Neste cantinho do peito
Pela saudade velada.

Meu Pai, minha Mãe, quem dera
Lembrar-me dos seus carinhos!
Nesse tempo a madressilva
Perfumava os meus caminhos.

Da casa onde nós morámos,
Bem defronte da estação,
Via o comboio chegar
E aquecer meu coração.

Era meu Pai regressando
De volta do seu emprego,
Cansado de trabalhar
E ansioso por sossego.

Eu sempre lhe abria a porta
Pra o receber com meu beijo,
Ele a sorrir se curvava
Pra eu cumprir meu desejo.

E a minha Mãe adorada
Revia-se na ternura
Desse momento diário,
Seu momento de ventura!

Maria da Fonseca


2 comentários:

  1. Olá, Maria da Fonseca!

    Que poema ternurento, com cheirinho bom a madressilva, que também me faz lembrar a minha infância e a chegada do pai a casa depois do trabalho: era assim naqueles tempos; já não será assim tanto, agora...
    Bonito!

    Bom resto de semana; abraço amigo.
    Vitor

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  2. Pois é minha amiga, como o diz o Vitor "era assim
    naqueles tempos" mas por ser tão bom a amiga recorda
    através desta sua poesia.
    Bj.Irene

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