quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nostalgia


 
Saudade de um passado que existiu
Guardado p’r uma fada caprichosa,
 Cabelos loiros, face radiosa,
Que através dos séculos se sumiu.

 
Não crêem os sábios que exististe.
Julgam quimera ou talvez fantasia,
O místico perfume da poesia,
Que envolve os lugares donde partiste.


Quem sabe se num castelo encantada,
És vítima indefesa do progresso.
Tu, gentil e misteriosa fada,


Talvez ainda esperes, resignada,
O perdão de irrisório congresso,
Que te dê a liberdade ansiada.

Maria da Fonseca

(soneto escrito na sua juventude)


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