domingo, 20 de novembro de 2011

Na Fazenda da Pedra





Nessa Fazenda encantada
Lindos pomares eu vi,
Laranja lima dourada
Pelo Sol que brilha aí.


A mangueira carregada
De frutos grandes e belos
De cor rosa arroxeada
E por dentro amarelos.


As palmeiras, os coqueiros
A atraírem meu olhar,
E os cocos, dos primeiros
A agradar ao paladar.


E os outros frutos, bem
Verdes, carnudos, rugosos,
Eram goiabas, porém,
Ainda não ‘stavam gostosos.


Mas apelei ao Patrono
Que adoçasse os seus destinos.

Sei que estão no Outono,
É o tempo dos citrinos.


Voaram aves p’los ares!
Era hora do Cafezinho.
Abençoados pomares
Me encantaram no caminho…
 Maria da Fonseca


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Folhas de Outono





'Stá o outono agreste
Neste sábado sem Sol,
Mais um beijo até me deste
Pois não canta o rouxinol.


Agora não chove, amor,
Mas libertas pelo vento
Andam as folhas no ar,
Balançando a contento.


'Inda têm folha as árvores
Apesar da já caída,
E nem toda ela é verde
Mas de cor indefinida.


O matizado ressalta
No entrelaçar dos ramos.
Bem próximo 'stá o dia,
Só as perenes cantamos.


O outono é mesmo assim
Com chuva e golpes de ar,
Árvores perdendo a folha,
Os dias a minguar.


Espero que o tempo passe,
E nós os dois de mãos dadas
Olhemos na primavera
Folhas novas, renovadas.

Maria da Fonseca


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Verão de S. Martinho



É o verão de S. Martinho
De clima tão temperado!
Como o dia esteve lindo
Neste país adorado!


Do límpido céu azul,
Caía a tarde dourada.
O Sol queria deitar-se
Em posição ajustada.


Nos quintais das moradias,
Os frutos alaranjados,
As árvores enfeitavam,
Redondos, iluminados.


O silêncio era cortado
Pelos diversos latidos
Dos fortes cães de guarda,
Curiosos, destemidos.

Como ainda temos flores,
Coloridas e formosas!
Encheram-se os meus olhos
De campaínhas e rosas!


E a Natureza tão linda
Inspira o meu versejar.
Eu queria ser poeta
Para melhor a cantar.

Maria da Fonseca

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Apelo ao Senhor




Meu coração dolorido
Pelas passagens da vida,
O dia descolorido,
A chuva já prometida.

Sinto-me ausente, ferida,
O clima por companheiro.
Minha lágrima caída,
Esconde-a o nevoeiro.

E já começa a chover
E a molhar a minha face.
Posso o choro não reter
  Nesta hora de impasse...

Momentos de espera e reza,
Os que vivo a seguir.
Apelo pra quem me preza,
Ó meu Deus, vou reagir.

Partir pra aí sem demora
Como o coração deseja?!
Poder alcançar na hora
A solução benfazeja?!

Minha alma sente demais
Como mãe e como avó!
Meu Senhor, protege-os mais,
Dos que sofrem, tende dó!

Maria da Fonseca


domingo, 6 de novembro de 2011

Convite à Oração




Se tu sentes, minha Amiga,
Que te conforta rezar,
Ergue ao Senhor a tua alma
E não cesses de O louvar.



Se sentes profundo anseio
Partilhar o teu sofrer,
Exprime-o em oração
Nisso empenha todo o ser.



Se sentes que a tua vida
Renasce com devoção,
Ao longo de todo o dia
Deixa orar teu coração.



E logo que em Deus pensares
Te sentirás mais feliz.
Dá-lhe pois todas as graças
P´lo bem que sempre te quis!

Maria da Fonseca

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia da Saudade




Já partiram tantos dos que eu amava,
Perde-se esta memória a contá-los.
Pais, Mestres, Amigos, mencioná-los
É tributo que minha alma agrava.



Neste Dia à Saudade devotado,
As lindas flores murcham de tristeza
Ao serem colocadas de surpresa
Junto dos túmulos do meu passado.



Ao recordar piedosa os momentos
Vividos em tão grata companhia
Partilhando ideias, comportamentos,
Amizades, desígnios e alegria,



Só me conforta e dá novos alentos
Nos reencontrarmos num divino Dia!

Maria da Fonseca