sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carnaval no Rio

  

 
 
Sempre o calor tropical
Nesta festa esfuziante,
Apesar de já ser noite
E a chuva uma constante.

 
A desfilar na Avenida,
Graça, luxo, sedução.
Cada uma das Escolas
Busca maior sensação.

 
A luta não vai ser fácil.
Sambam as belas morenas
Em excitante frenesim,
Brilhando como sirenas.

 
A música jamais para,
O seu ritmo é sempre igual.
O samba enredo impera
Na atração do Carnaval.

 
Muito ouro, prata e plumas,
Aos milhares as fantasias!
Desejam ser os melhores
Na expansão das alegrias.

 
Vibra, frente a cada Escola,
A multidão delirante.
Desfilam todos cantando,
Mais magia irradiante!
 
As baianas como rodam,
Vestidas de “dama antiga”!
E a porta-bandeira dança,
Rodopia sem fadiga.
 
 
O mestre-sala a seu lado
Não termina o seu sambar.
E com finos ademanes
Reverencia o seu par.
 
Seguem alas varonis
Dos autores desta lindeza.
Marquês de Sapucaí
Encanta com a surpresa.

 
Feéricos vão os carros,
Enormes, estrelejados.
Aquecem os tamborins,
Com ímpeto, batucados.

 
Anda até fogo no ar,
Espanto, empolgamento.
Os foliões da Avenida,
Em contínuo movimento.
 
 
Ensaiaram todo o ano
Pra no desfile brilharem,
E a sua Escola de Samba,
Briosos, representarem.
 
 
Pretendem ser os primeiros,
Ganhar uma nota dez.
O Carnaval carioca
Domina de lés a lés.
 
  
Considera quem o vê,
Do mundo inteiro o maior.
É difícil de escolher.
Que ganhe a Escola melhor!
 
Maria da Fonseca
 
 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Invernia


 
 
 
Está um inverno atroz,
Sopra o vento de rajada,
Invade o mar cada foz
E a chuva é desordenada.
 

Sucedem-se as tempestades,
Já de longe nomeadas,
Com quanta despiedade
Nossas terras maltratadas!
 
 
As ondas fortes, imensas,
Varrem todo o litoral,
A destruírem, propensas,
 As costas de Portugal.
 
 
Chuvas e ventos adversos
Destelham casas modestas,
Os campos ficam submersos,
Árvores caem funestas.
 
 
Há neve nas nossas serras,
Caminhos interrompidos,
 Percalços em várias terras,
Tementes, os desvalidos.
 
 
Triste tem sido a invernia,
Célere seja a espera
P'la beleza e calmaria,
Co'a vinda da primavera.
 
 
Maria da Fonseca

 
 
 
 


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Oração a Santo António

 
 




Ajoelhada na Igreja
                Rezo por todos os meus,                
Sempre te pedi António
Que por nós rogues a Deus.
 
 
Há que anos te visito
E por meus netos te imploro
Neste lugar consagrado,
Tão pertinho adonde moro.
 
 
A Fé não perco meu Santo,
Creio que milagres fazes.
Eu própria presenciei,
Eu, a avó dos meus rapazes.

 
Tanto precisam de ti,
Tua santa intercessão,
Junto do Senhor Altíssimo
Suplico com devoção.

 
Já as pernas me vacilam
E as mãos tremem da idade,
Ao ajoelhar pesada
A orar com humildade.

 
A última reza será
Pelos meus que deixarei
E confio-os zelosa
A quem eu sempre rezei.
 
  
A ajuda que lhes darás
Eu do céu espero ver,
E a ti, meu Santo António,
Irei pronta agradecer.
 
Maria da Fonseca