sábado, 29 de setembro de 2012

Outono Incerto

 
 

 
O outono a chegar
Com o seu clima incerto.
O calor vai abrandar,
Sinto a trovoada perto...
 

O céu acordou nublado,
Não tardará a chover.
Tinha sido anunciado
Ontem, ao entardecer.
 

As folhas andam no ar,
Jogadas pelo forte vento.
As árvores a abanar,
A sofrer cada momento.
 

 
Já começou a chover,
Batida pelo vento sul
Enviesada, a correr.
Só um passarinho bule.
 

A terra está sedenta,
'Spera a chuva que acontece.
A sua água alimenta
A relva que reverdece.
 

Breve o Sol abrirá
Tentando secar o chão,
Mas logo a noite virá
A lembrar que não é v'rão.
 
Maria da Fonseca



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Regresso de Férias

 
 



Fim de Agosto, Fim de férias,
Todos regressam contentes,
Seus hábitos, seus trabalhos,
Reencontros sorridentes.

Na mudança de ambiente,
Houve tempo pra pensar.
Numa ânsia de progresso,
A ideia é melhorar.

E sentem-se mais saudáveis,
Com o espírito liberto.
Os projetos variados
Têm seu momento certo.

Os alunos vão pra escola,
Com postura impecável.
Os pais muito recomendam,
Mostra de amor incansável.

Surgirá nova matéria,
Que é preciso aprender.
Mas são muito curiosos,
E amigos de saber.

Um novo ano escolar,
Um ano da vossa vida,
Com desafios e surpresas,
Esperança renascida.

E tudo correrá bem,
Com vontade e simpatia,
Daqueles que vos ensinam
A vencer no dia a dia.

Será grande o vosso esforço,
E o de todos os demais.
Mas o ano será cumprido,
Por favor não vos temais.

Uma vez chegado ao fim,
Mostraram ser animosos.
Provas dadas de que são
Cumpridores e generosos.
 
 
Maria da Fonseca



terça-feira, 25 de setembro de 2012

Versejar

 
 
 
 
 
Faço versos por prazer,
Como quando era criança.
Quero transmitir aos netos
O que trago na lembrança.

Mas na hora da verdade,
Eu gosto é de versejar,
Dos passarinhos às flores,
E tudo o mais que eu amar.

Na maior parte das vezes
Não sei o que vou escrever.
Anima-me o próprio lápis
A procurar no meu ser.

Nasce o verso de mansinho,
Vem do fundo da minha alma,
E quando chega ao papel,
O meu coração se acalma.

Depois lá chega mais outro
E tudo se passa igual.
A emoção dum momento
Continua em ritual.

Daí resulta o prazer
Da pequena criação.
Se todos somos poetas,
- Onde está a admiração?!
 
Maria da Fonseca


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Chuva de Verão

 

De madrugada choveu,
Encharcou o meu jardim.
De manhã o Sol abriu
E logo chamou por mim.

Brilham as folhas das árvores,
Cortada a relva rescende!
A chuva de v’rão é assim.
Só o Pai a compreende!

Mandou-a vir pra apagar
Os incêndios que lavraram
Nas matas  e nas florestas
E p’lo país alastraram.

Houve quem perdesse haveres,
Alguns mesmo a própria vida!
Ò Meu Pai zela por nós,
Humanidade exaurida!

Manda a chuva, manda o Sol,
Tudo o que mandas Senhor,
Se destina aos teus filhos
Que imploram o teu Amor!
 
Maria da Fonseca

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

No 6º Aniversário da AVSPE

 
 
 
 
 
A primavera esperais,
Vosso inverno a terminar!
A alegria dos demais
Por verem o Sol brilhar!

Os poetas inspirados
Louvam a mãe natureza
E os pintores conquistados
Em tudo vêm beleza.

'Stão a aguardar os jardins
O florir de lindas flores,
Sejam rosas ou jasmins,
Perfumadas, belas cores.

A Academia progride
Nessa época de encanto,
A Fundadora preside
Com sucesso e acalanto.

Há seis anos foi criada
Com amor, dedicação,
Bela obra destinada
A celsa divulgação.

A Poesia - arte maior,
Como Efigênia a apresenta,
Luta pr'um mundo melhor
Sem martírio e sem tormenta.

Meus Parabéns vão daqui,
De tão longe, Portugal,
Mas depressa estão aí
Com abraço especial!

Apesar de irem no v'rão,
Tempo de fruta e calor,
Primaveras levarão
Neste presente de amor.

Belas flores coloridas
Em buquê lindo e armado
Para a AVSPE escolhidas
Com afeto devotado!
 
Maria da Fonseca


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Folhas de Agosto

 
 
 
 
As árvores bem frondosas
Num domingo de calor,
Em que as folhas luminosas
Encantam com seu fulgor!

E conforme sopra a brisa
Há reflexos variados.
É ideia da poetisa
Sejam muito apreciados.

Jogam depressa as clarinhas
Por mais novas elas serem,
No topo de hástias fininhas
Cedem para se manterem.

As mais escuras e densas
Agitam-se em ramos fortes
De árvores cujas presenças
Sofrem boleados cortes.

Vemos ainda outras folhas
Em parte avermelhadas,
Sinais de várias escolhas
De ameixieiras frutadas.

E em céu azul se projetam
As árvores com seus ramos,
Em arabescos completam
A Natureza que amamos.
 
Maria da Fonseca
 
 
 


domingo, 2 de setembro de 2012

Ao Luar de Agosto

 
 


Ainda o céu estava claro
Já brilhava a lua cheia,
A surgir detrás do prédio,
Grande, rotunda, amei-a!
 
  
A seguir foi-se elevando
Enquanto o céu 'scurecia,
Eu quieta a admirava,
O balão me confundia.

Agora, mais tarde é,
Ela branca, enluarada,
Suspensa do negro céu,
Lumina a folha pousada.

Assim eu dispenso a luz
Enquanto o poema escrevo.
Recordo o dia afastado
Que foi todo o meu enlevo.

Os astronautas pisaram
  O seu solo planetário.
Belo feito realizado,
Hábil, extraordinário!

Ó lua cheia de Agosto,
Inspiração e magia,
Perdurará para sempre
Como musa da poesia!
 
Maria da Fonseca