quinta-feira, 26 de julho de 2012

No Dia dos Avós




Nunca tive meus Avós.
Quando os meus olhos abri,
Meu Pai já perdera os Pais
E os da minha Mãe não vi.

Noutra terra, noutro povo,
Viviam longe de nós.
Se tenho recordações
Não são decerto de Avós.

Mais tarde, p'la vida fora
Meus Pais pouco me contavam.
Sua saudade era tanta,
Do passado não falavam.

O tempo assim foi andando...
Mais velho, meu Pai lembrava
Algumas cenas da infância
Dos Pais e Irmãos que amava.

A minha Mãe mais calada,
Tão sofrida, mais saudosa,
Também às Netas não disse
Da sua vida penosa.

Somos agora os Avós
Destes Netos muito amados,
Felizes co'as alegrias,
A ajudar, se embaraçados.

E neste Dia que é nosso
P'la ventura de vos ter,
Pedimos a Senhor Deus
Bênçãos pra vos proteger.

Maria da Fonseca

domingo, 22 de julho de 2012

Tarde em Partilha



A tarde cai muito amena
Neste bairro da cidade
A atmosfera ‘stá serena
Vive-se tranquilidade.


As florzinhas amarelas
Das árvores da Avenida
Planam suaves e belas
A enfeitar nossa vida.


O chão coberto de flores
E cada pombo a arrulhar
São símbolos e primores
Da Primavera sem par.


Ambiente perfumado
Com o Sol já a descer
Aos nossos olhos dourado
Pelos tons do entardecer.


E as pétalas pequeninas
Que nos caem no cabelo
São outras bênçãos divinas
Para cumprir teu anelo.


O teu amor a chegar
Ao pé de ti minha filha
Alegria a completar
A linda tarde em partilha.

Maria da Fonseca

sábado, 14 de julho de 2012

Lembrança do meu Pai





Neste dia celebrado
Em França, no nosso mundo,
Recordo meu Pai amado
Com o meu sentir profundo.

A um catorze de Julho
No Porto meu Pai nasceu,
Cidade do seu orgulho
Onde ali também viveu.

Mais tarde 'scolheu Lisboa
E com minha Mãe casou.
Tão cantada por Pessoa,
Esta urbe lhe agradou.

Fui sua filha primeira
Com muito amor recebida,
Mas minha Mãe estrangeira
Voltou à terra querida.

Quando ganhei consciência
Só com meu Pai eu vivia.
Pai e Mãe com paciência,
Missões que ele bem cumpria.

 Foi assim o meu crescer,
Sua apreensão também,
Trabalhos a aparecer
Pela ausência de uma Mãe.


Mas tudo a bem superou
Com a ajuda do Senhor
E novamente casou
Com quem me deu tanto amor!

A Família aumentou.
Minha alegria ao casar,
As alianças, levou
A minha irmã, ao altar.


Pai amigo, muito amado,
Com a minha gratidão
Será sempre recordado,
Ao bater meu coração.

Maria da Fonseca

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Sino do Vaticano






Tocava o sino na hora,
Forte, a impôr-se, vibrante,
E logo o som, sem demora,
Repercutia constante.


Este sino, nunca ouvira,
Nem a romana cidade,
Alguma vez entrevira
Como é, na realidade.


Minha alma seduzida
Pela dourada manhã,
Bulício da própria vida
Da sua gente cristã.


O sino volta a tocar,
Porque é mais tarde agora,
E não deixa de soar
Cada novo quarto de hora.


A Basílica está longe,
O ambiente generoso.
A meu lado passa um monge
De hábito religioso.


Há uma sonoridade
No celebrar do seu sino!
Transmitir à Cristandade
Paz e Amor feito hino.


O sino que aqui escuto
Também Santo Padre o ouve.
Esta emoção, contributo
Para que o Senhor eu louve.

 
O seu som, ano após ano,
Repercute-se vibrante.
É o sino do Vaticano
Forte, devoto, sonante!

Maria da Fonseca