sábado, 30 de abril de 2011

Nostalgia





Manhã cinzenta de Abril,
Caem umas gotas de água.
Sincera a mãe Natureza
Também chora a minha mágoa.


A madressilva florida
É tão batida p’lo vento,
Que o seu perfume se esvai,
Para aumentar meu tormento.


Mas não perdi a memória
Doutra imagem que retive.
Também era Primavera,
Eu também ali estive.


As flores da madressilva
Rescendiam delicadas.
A sua doce fragrância
Enchia nossas moradas.


Já nada é como era
E não se vai repetir.
Aquela grata lembrança
Só vive no meu sentir.


Muitos anos se passaram,
Mas o aroma não esquece.
E quando o tempo amornar,
Meu sentido o reconhece.

Maria da Fonseca

sábado, 23 de abril de 2011

Aleluia! Aleluia!





Nesta Páscoa os meus Netos
Querem saber quem é Deus.
Rezar-Lhe o Pai-nosso breve,
De mãos erguidas aos céus.


E a Jesus, que sucedeu?
Ele nasceu no Natal.
Ao Menino pequenino
Quem é que fez tanto mal?


É preciso então dizer-lhes
Que Jesus co’os Pais viveu,
E chegado aos trinta anos
A pregar apareceu.


- Eu Sou a Verdade e a Vida!
Sua alma salvará,
Aquele que me seguir,
E jamais se perderá.


Suas Palavras Benditas
Nem a todos agradaram.
Por isso Ele foi entregue,
Por isso O crucificaram!


Passados foram três dias
Da Sua Morte na Cruz.
Santas Mulheres acorreram
Ao Sepulcro de Jesus.


Mas a Cristo, não O viram,
Seu Corpo não estava lá!
Cumpriu-se o que fora escrito,
O Senhor Reviverá!


Aleluia! Aleluia!
Ressuscitou o Senhor!
Toda a Terra está em Festa,
Jesus Cristo é o Salvador!


Em cada ano que passa,
Como o Natal celebramos,
Também a Ressurreição
Com muito amor veneramos.





Desejando uma FELIZ PÁSCOA
a todos os Amigos 


Maria da Fonseca

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira Santa




Triste Dia, meu Senhor!
Pelos Cristãos venerada,
A Sexta-feira Maior,
Todos os anos sagrada.

O céu cinzento da Dor
De Vos ver assim sofrer.
Cristo, nosso Redentor,
Quis a todos proteger.

Sinto o vento sibilar
E os ares demais pesados.
Foi Jesus a agonizar
Há dois mil anos passados.
 
As aves não recolhidas
Continuam a piar.
'Stão as árvores despidas,
Não as podem abrigar!


Da Via Sacra, é a hora,
Na igreja, ao entardecer.
'Stá a cair a noite agora
E a começar a chover. 
 
Todos seguem, respeitosos,
De Jesus Cristo, a Paixão.
Gente com olhos chorosos,
Simples como o bom ladrão.
 
Pregado naquela Cruz,
Símbolo da nossa Fé,
Veio dar ao mundo a Luz,
Que a nossa Salvação é!
 
Santo Dia, meu Senhor!
Divino e Martirizado,
Envolve-nos com Seu Amor,
Vosso Filho muito Amado!

Maria da Fonseca

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Semana Santa




Para o Senhor receber
Acerco-me do Altar.
Na Quaresma, meu querer
Foi me penitenciar.


A divina Paz senti
Por ter sido perdoada,
Mas também eu pressenti
A minha alma contristada.


Tantos irmãos a sofrer
Por todo esse mundo além,
Meu Jesus a padecer
Para a Salvação do Bem.


Quero suplicar-Vos Pai,
Nesta Páscoa Redentora,
Minha prece abençoai,
Vossa Acção conciliadora.


E na Hóstia consagrada
Eu recebo o meu Senhor
No meu pedido, esperançada,
Espalhai a Paz e o Amor!

  Maria da Fonseca

sábado, 16 de abril de 2011

A Velha Macieira



Ainda és linda, macieira,
Cheia de cachos floridos,
Mas lamento a clareira,
Teus ramos frágeis, partidos.


Ao passar da morna aragem
Caem pétalas de leve,
A enfeitar a paisagem
Como farrapos de neve.


Pousam no nosso caminho
Brancas, suaves e puras,
É um tapete de carinho
Para espantar as agruras.


São tuas flores fugazes
Como nuvem afastada.
Serão teus frutos capazes
de agradar à pequenada?


Vêm as maçãs mais tarde
Com o calor do Verão,
Quando a garganta nos arde
Seu sumo é consolação.


Minha velha macieira,
Sempre de pé e formosa,
És um exemplo, obreira,
De que a vida é preciosa!

Maria da Fonseca




domingo, 10 de abril de 2011

Reflexos




 Nas novas folhas da árvore,
Reflexos de luz bendita.
Eu adoro estes sóis,
Enquanto o vento as agita.


Tons de verde iluminados,
Como em móbil de criança
Ou raro caleidoscópio,
Numa aura de mudança.


Reflexos da Primavera,
Todos os anos iguais.
De ramo em ramo, entretidos
A saltar, andam pardais.


Reproduz-se a Natureza
Co’a ajuda do Homem bom.
Sua centelha divina
Reflecte-se neste dom.


Imagens assim vividas,
Qual de novas se tratasse.
Emoções e sentimentos
A época despertasse!

Maria da Fonseca

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Devaneio da Primavera



O Sol a aquecer os ninhos
E a brisa a abanar os ramos
Acordam os passarinhos
Na Primavera que amamos.


Como nos dais alegria
A cantar no arvoredo
A ternura que extasia
Pássaros de manhã cedo.


Todo o dia encantais
Quem vos ouça chilrear
Às dezenas os pardais
Outros com melhor cantar.


Ás quatro horas certinhas
Andais p’la relva contentes
É dádiva das vizinhas
Pãozinho fresco e sementes.


E à tardinha nos lares
Inda é maior o gorjeio
Entendei-vos p’los piares
Juntinhos em devaneio?!

Maria da Fonseca

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tempos Difíceis



Só a Primavera alegra
Neste desconforto vão,
Ela sim e sua regra
Consolam meu coração!


Noticiam dos horrores
Que assolam o Japão,
Suas gentes, seus pavores,
O espectro da radiação!


Hostil o nosso planeta
A ceifar seres humanos!
Também progresso é grilheta
A cumprir todos os planos!


Das guerras, que vou dizer?
Julgam que é por bem que existem...
Mas não s'rá para manter
Estratégias que persistem?


E aqui no País, Senhor,
Onde quase falta o pão,
Porque há tanto desamor
Porque não se entendem , não?!


As notícias a pesar
Todos os dias piores,
Que fizemos pra penar
E não ter dias melhores?


Só a Primavera alegra
Neste desconforto vão,
Ela sim e sua regra
Consolam meu coração!

Maria da Fonseca