sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo


Ano novo, vida nova,
Já diziam os meus Pais,
A nossa esperança é muita,
E a de todos os demais.


Nasce bem e pequenino,
Como todos os passados.
Vai a crescer e depressa,
Noite e dia, alternados.


Avança com alegria,
Outras vezes a chorar,
Tal e qual uma criança,
Insegura no andar.


E num instante é rapaz,
Rápido e determinado,
Insiste em tudo o que quer,
Seja certo ou seja errado.


Assim, chega à idade adulta,
Bem parecido e amável.
Parece ter mais juízo,
Contudo, 'inda é instável.


Ao passar além do meio
Atinge a maturidade,
Mas continua inseguro,
Apesar da sua idade.


Quando atinge o Natal,
Está prestes a acabar.
Bom e Feliz Ano Novo,
Para o que vai começar!

Maria da Fonseca

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Esperança Renovada



O Ano que vai findar
Foi bom? Foi mau? Nem eu sei…
Sempre a esp’rança de alcançar
Algo mais com que sonhei.



Com forças da Natureza
Brotando descompassadas,
Houve tragédias, tristeza,
Partidas inesperadas...


Ainda assim, houve alegria,
Gente jovem divertida,
Lindos dias de harmonia,
Flores pra enfeitar a vida!


Houve sonhos realizados,
Viagens maravilhosas,
Casamentos, baptizados
E vestidos cor-de-rosa!


Mas a paz falta na Terra,
Como a saúde às crianças
Que vivem clima de guerra
Em chão de desesperanças!


Que o Novo Ano, Senhor,
Traga ao mundo mais concórdia,
Mais saúde, luz e amor.
Rogamos misericórdia!

 

Maria da Fonseca

Com votos de um 2011 com saúde, paz e amor
 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Este meu Sentir

Carinho da  poetisa amiga  Denise Severgnini


Olho-me ao espelho, saudade,
Não daquilo que eu era,
Mas do que não semeei
Na longínqua Primavera.


E a sonhar andei na vida
À procura dum momento,
Em que a minha vocação
Inspirasse o pensamento.


O meu tempo foi passando
Altruísta, mas severo.
Meu espírito mais atento,
De coração mais sincero.


Porém, sou feliz agora.
O meu espaço encontrei,
E junto a vós, meus Amores,
Pronto me realizei.


Descobri que o racional
Nem tudo explica, em concreto,
E que o mundo também gira
Em função de mais afecto.


E a todos fazer o bem
Sem olhar a raça, a cor,
Religião que professam,
É vontade do Senhor.


Cantar este meu sentir
É pra mim grande prazer.
Rezar p’lo nosso porvir,
Sperança do amanhecer.

Maria da Fonseca

domingo, 26 de dezembro de 2010

À Sagrada Família



É a Sagrada Família
Desde que nasceu Jesus.
Foi quem a santificou
Com o fulgor da sua Luz!


A esse Menino Deus,
Sol de toda a Humanidade,
Nós rezamos e pedimos
Que nos olhe com Bondade.


Controle por seu Amor
As forças da Natureza,
Não deixe que nos abatam,
Nos mergulhem na tristeza.


Espalhe a Paz e a concórdia
E no mundo acabe a guerra.
Só combatam as doenças
E os ódios cessem na Terra.


Proteja nossas crianças
A quem pertence o futuro.
Faça delas bons cristãos
Em ambiente mais puro.


E Nossa Senhora Mãe
Por nós todos interceda.
S. José, seu casto Esposo
Pelos pais vele e proceda.


E à Sagrada Família
Que Deus Pai santificou,
Eu agradeço devota
Todo o bem que me ofertou!

Maria da Fonseca

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Noite de Natal


Lindo este dia de Inverno!
De manhã assim nasceu,
No solstício, o Sol
Persistente apareceu.


Entre esparsas nuvens brancas,
Raios alegres, brilhantes,
A preparar o Natal,
Presta ajuda aos viandantes.


Mas o dia é dos pequenos,
Longa será a jornada
Até chegar a Belém.
Maria já vai cansada!


A Família 'stá à espera
Do Menino Anunciado
Que há-de nascer em breve,
O Filho de Deus Amado.


A vinte e quatro em Dezembro,
Nossa Senhora s'rá Mãe.
É na Noite de Natal
Quando o sol descansa...Amém!

Maria da Fonseca

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

RIO (e todos nós) de Maria João Costa




RIO (e todos nós)


A imagem de Cristo Redentor,
Um abraço aberto
ao horizonte incerto e ao sol poente,
E à cidade que pede e se oferece à bênção…
Vejo tudo isso, em silêncio, numa imagem.
Não sinto o calor do Rio, nada se ouve.
Você vive, você corre,
Você grita, você morre,
Ou você mata…
O que sofre e faz sofrer,
Quem vê o abraço do Cristo Redentor,
Mas não o sente…
É uma terra nascida entre o céu e o inferno,
feita de paraíso e de sangue
Essa cidade que se estende,
No denso calor do sul,
Na intensidade e na vertigem
Da presença da morte e da vida,
Ao mesmo tempo e em cada canto,
Essa cidade que tanto necessita,
Como todos nós,
Crentes, e ainda assim pecadores,
Da bênção
De nosso Senhor, Jesus Cristo Redentor.


Maria João Costa

sábado, 18 de dezembro de 2010

Novo Natal

Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho,
e o chamarão pelo nome de Emanuel,
 que quer dizer: Deus connosco - S. MATEUS, I, 23

 

Mais um Natal a chegar
De incerteza para o Mundo.
Não cessam de discordar,
Agravando mal profundo.

Eu rezo e desespero,
Pela Paz, ó meu Senhor,
E não sou só eu que quero,
São multidões, com fervor.

Faz com que os homens se entendam,
Partilhem boa vontade,
Dêem as mãos, compreendam
O que é Fraternidade.

Com este novo Natal
Regresse a nossa esperança.
Ajude quem passa mal,
Proteja cada criança.

O Nosso Menino Amor
Renasça no coração
De cada homem, Senhor.
-É esta minha Oração!

Maria da Fonseca



Desejo a todos os meus estimados Amigos
e queridas Amigas
um Bom e Santo Natal e um Ano de 2011
pleno das bençãos de Nosso Senhor


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Soneto da Saudade



Por aí vou andando ao Deus dará
Meu ‘spírito a vaguear sem destino,
Sem métrica, sem rima, sem atino,
Perdida em minha vida, como s’rá?


À procura Senhor não sei de quê,
A saudade a crescer sem eu querer.
Mas se não tenho força prà vencer
À toa vou, sem entender porquê.


Cada vez mais distante o meu passado,
Os cabelos mais brancos da idade
E o corpo enfraquecido e pesado.


Pra quê contar da minha mocidade
Que ao tempo já não tenha recordado?
Aumentar ‘inda mais minha saudade…

Maria da Fonseca

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Em Algum Lugar do Passado



Nalgum lugar do passado,
Deixei minha fantasia.
Não vi mais o azul do céu,
Fez-se a noite em pleno dia.



E maldosa, a feiticeira,
Que aquele acto realizara,
Só o meu mal desejou.
Sempre maldição espalhara!



Prostrada caí por terra,
Sem forças, aniquilada,
Meu coração exaurido
E minha alma angustiada.



O tempo, eu não sei bem quanto,
Passou, sem eu dar por tal,
E voltou o azul ao céu
E a andorinha ao beiral.



A fada, minha madrinha,
No jardim enfeitiçado,
Surgiu ligeira, bondosa,
Trajando manto doirado.



“Provações, eu não as posso
Retirar da tua vida.
Mas amada serás sempre,
De um príncipe, a escolhida.”



A fada assim falou.
E olhando-me bem nos olhos,
No meu coração verteu
Ânimo contra os escolhos.


Em busca do meu destino
Me afastei desse lugar.
E no presente renasço
Para viver e te amar.

Maria da Fonseca


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Momento de Ternura


Neste Outono cativante
O Sol brilha acalorado.
Tantas folhas da aveleira
De um verde iluminado!

 De ramo em ramo os pardais
Saltam lestos a brincar.
Iguais às folhinhas secas,
Deixam o ramo a abanar.


É difícil distingui-los!
Plumagem acastanhada,
Afiam os seus biquitos
E batem em retirada.


Voam uns atrás dos outros,
Piando alegremente,
E voltam logo em seguida,
Pra saltarem novamente.


De quanta ternura, Deus,
Enchem o meu coração!
Já lhes chamei várias vezes
Pardais da minha afeição.

Maria da Fonseca

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Suave Milagre de Eça de Queiroz



O SUAVE MILAGRE

Ora entre Enganin e Cesareia, num casebre desgarrado, sumido na prega de um cerro, vivia a esse tempo uma viúva, mais desgraçada mulher que todas as mulheres de Israel. O seu filhinho único, todo aleijado, passara do magro peito a que ela o criara para os farrapos da enxerga apodrecida, onde jazera, sete anos passados, mirrando e gemendo. Também a ela a doença a engelhara dentro dos trapos nunca mudados, mais escura e torcida que uma cepa arrancada. E, sobre ambos, espessamente a miséria cresceu como bolor sobre cacos perdidos num ermo. Até na lâmpada de barro vermelho secara há muito o azeite. Dentro da arca pintada não restava um grão ou côdea. No Estio, sem pasto, a cabra morrera. Depois, no quinteiro, secara a figueira. Tão longe do povoado, nunca esmola de pão ou mel entrava o portal. E só ervas apanhadas nas fendas das rochas, cozidas sem sal, nutriam aquelas criaturas de Deus na Terra Escolhida, onde até às aves maléficas sobrava o sustento!
Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada, e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse rabi que aparecera na Galileia, e de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte de Salomão. A mulher escutava, com os olhos famintos. E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava? O mendigo suspirou. Ah esse doce rabi! quantos o desejavam, que se desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia, como o sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia. Obed, tão rico, mandara os servos por toda a Galileia para que procurassem Jesus, o chamassem com promessas a Enganim; Sétimo, tão soberano, destacara os seus soldados até à costa do mar, para que buscassem Jesus, o conduzissem, por seu mando, a Cesareia. Errando, esmolando por tantas estradas, ele topara os servos de Obed, depois os legionários de Sétimo. E todos voltavam, como derrotados, com as sandálias rotas, sem ter descoberto em que mata ou cidade, em que toca ou palácio, se escondia Jesus.
A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pelo duro trilho, entre a urze e a rocha. A mãe retomou o seu canto, a mãe mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar duma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse esse rabi que amava as criancinhas, ainda as mais pobres, sarava os males, ainda os mais antigos. A mãe apertou a cabeça esguedelhada:
- Oh filho! e como queres que te deixe, e me meta aos caminhos, à procura do rabi da Galileia? Obed é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por areais e colinas, desde Chorazim até ao país de Moab. Sétimo é forte e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde Hébron até ao mar! Como queres que te deixe? Jesus anda por muito longe e nossa dor mora connosco, dentro destas paredes e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?



A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou:
- Oh mãe! Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!
E a mãe, em soluços:
- Oh meu filho como te posso deixar! Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.
De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:
- Mãe, eu queria ver Jesus...
E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo, Jesus disse à criança: 
- Aqui estou.

Eça de Queiroz,



domingo, 12 de dezembro de 2010

Os Patinhos

Muitos Parabéns pelo seus 5 aninhos
para a querida Maitê.
Saúde, alegria e as maiores felicidades junto de todos os seus queridos familiares.
Que o Senhor a abençoe!!!
São os votos desta sua amiguinha de Lisboa que nunca a esquece,
 enviando mil beijinhos
Maria
ilustração de Ilona Bastos


OS PATINHOS


No relvado do jardim,
Pais e filhos se distraem,
Debicando as sementinhas,
Que da bela árvore caem.


Os patinhos são pequenos,
Necessitam vigilância.
Os pais, sempre extremosos,
Cuidam-nos com tolerância.


Ao saltarem pró laguinho,
Chamam-nos alegremente.
É preciso ensiná-los
A nadar suavemente.


E na paz daquela tarde,
A família se passeia.
O casal e três patinhos,
Vejam só que linda ideia!

Maria da Fonseca

sábado, 11 de dezembro de 2010

Era Natal em Bruxelas



Era Natal em Bruxelas.
A Grand’Place iluminada
Parecia como um sonho,
Que eu revivi encantada.


Aconcheguei o casaco
E entrei na bela Praça,
Toda de História e palácios,
De tão magnífica traça.


A Lua resplandecia
Na noite de céu estrelado,
Onde as torres se reviam
Com um lindo rendilhado.


A um dos lados, bem vistoso,
‘Stava um pinheiro do Norte.
Brilhantes bolas azuis
Enfeitavam seu recorte.


Mas, precioso o Presépio
De artísticas figuras,
Comoveu meu coração!
“Glória a Deus nas alturas”.

Maria da Fonseca


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Boa Noite




Desejas-me com carinho
Uma noite descansada,
- Dorme bem e tem bons sonhos
E acorda repousada.

 
Tu és único pra mim,
Tua voz tem melodia,
E tuas doces palavras
Soam como uma poesia.


-Boa noite, meu Querido,
Só podes sonhar comigo!
Até nas horas do sono
Quero estar sempre contigo.


O amor não tem medida
Nem se pode comparar.
As nossas vidas unidas
Não se podem separar.


Na hora de adormecer,
Guardo no meu coração
Todos a quem quero bem,
Rezando minha oração.


Depois viro-me prò lado,
Bem disposta, confiada.
Deus nos proteja e nos dê
Uma noite sossegada.

Maria da Fonseca