terça-feira, 26 de junho de 2012

A São Fidélis "Cidade Poema"



A São Fidélis votada,
Eis a Cidade Poema,
Como tem sido chamada.
A Poesia por seu lema!


Sois, em língua portuguesa,
Exaltada p'los Poetas,
Que cantam vossa beleza
Em hábeis rimas seletas.

Quisera vos visitar,
Ó cidade veterana,
E poder apreciar
Vossa Matriz franciscana.


Por um lindo rio banhada,
O Paraíba do Sul,
À Serra do Mar chegada
Sob um quente céu azul.

Bela e rica de cultura,
Estais ao norte fluminense.
Com arte e desenvoltura
Vossa gente tudo vence.

O meu sentir é carinho
Pelo que admiro em vós,
Musa a enfeitar o caminho
Desde os tempos dos avós.

Cidade de mil fonemas,
Daqui, tão longe, eu vos canto,
Atraída p'los Poemas,
Tocada p'lo vosso encanto.

Mais desejara enviar
De Portugal, terno irmão.
Deste outro lado do mar
Vai também meu coração!

Maria da Fonseca

domingo, 10 de junho de 2012

A Camões




Olhai o nobre Poeta,
A Lírica apaixonada
Duma alma inquieta
Da alma gémea afastada.

 
Combateu com galhardia
Usando a pena e a 'spada,
Da História fez Poesia,
Lutou pela terra amada.


E ao ilustre Português
Dedico este poema,
Lembrando mais uma vez
Seu sofrer, pobreza extrema.

 
Morreu co'a Pátria nessa hora
Mas Portugal renasceu!
Também 'speramos agora
Que nos ilumine o céu.

 
E o Poeta celebrado
Da lei da morte remido
Continue a ser cantado
Com profundo amor sentido!

Maria da Fonseca



quinta-feira, 7 de junho de 2012

A Cabra o Carneiro e o Cevado - Poema de João de Deus



João de Deus
(1830 -1896)



A Cabra o Carneiro e o Cevado

  Uma vez
Uma cabra, um carneiro e um cevado
Iam numa carroça todos três,
Caminho do mercado...
Não iam passear, é manifesto;
Mas vamos nós ao resto.
Ia o cevado numa gritaria,
Que a cabra e o carneiro
Não podendo na sua boa fé
Acertar com a causa do berreiro,
Diziam lá consigo:
Que mania!
Cá este nosso amigo
E companheiro
Por força gosta mais de andar a pé!...
o caso é
que o cevado gritou tanto
ou tão pouco
que o carroceiro
perde a cabeça
vai como louco
saca o foeiro
e diz:
homessa !
eu inferneiras tais não as aturo
ouvir berrar há tanto tempo é duro
o senhor não vê que esta não chora
nem ao menos
as lágrimas lhe saltam
o que é tão natural
numa senhora
goelas não lhe faltam
e de ferro
o ponto é que ela as abra
mas é cabra;
teve outra criação
não dá alguma sem alguma razão
e julga que este cavalheiro é mudo?
tem propósito é sério é sisudo!
às vezes, dá um berro que estremece tudo
mas é só quando é preciso
tem juízo
miolo!
miolo... exclama o outro!
pobre tolo!
ele supõe que o levam à tosquia
e por isso nem pia!
e esta, pensa que vai de carro ao tarro
vazar a teta
pobre pateta
mas porcos não se ordenham
cevados não se ordenham
nem tosquiam
demais sei eu
demais sei eu
o fim com que se criam
por isso grito e gritarei
do fundo da minha alma
até à morte
aqui d'el-rei aqui d'el-rei
gritava como um homem muita gente
não discorre com tanta discrição
infelizmente
quando o mal é fatal
a lamuria que vale
que vale a prevenção
mais vale ser insensato
que prudente
o insensato
ao menos
menos sente
não vê um palmo adiante do nariz

vê o presente!

está contente!
é mais feliz!!

João de Deus


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dia da Criança



Criança, eis o teu Dia,
A todas vós dedicado,
Mas na verdade, queridas,
Tudo pra vós foi criado.


Assim Deus tudo vos dá
E anjos põe a vosso lado
Pra vos olhar e guardar
No mundo que vos foi dado.


Vossa Fé que é também nossa
Seja a de todo o Universo
E também seu ambiente
Seja menos controverso.

 
Luz, saúde, alegria,
Paz, amor, muita ternura,
Tudo isso eu vos desejo
Num futuro de ventura.

Maria da Fonseca