O pequenito chegara,
Noite alta, luz além.
Chegara pobre, e
dormindo
Ao colo de sua mãe.
Contou ela sua vida
Em busca do pai
perdido,
À boa mãe de família,
Que os tinha recolhido.
Já tinha mais alguns
filhos
Daquele homem que ela
amava.
Mas vê-lo sempre
partir,
Era o que a não
conformava.
Pegara assim no bebé,
E saíra ao acaso,
Na direcção que
pensara
Ser solução prò seu
caso.
Agasalho para o filho,
A mãe negra lhe
of’receu,
" Ficará co’a
minha gente
No ninho que Deus me
deu,
Enquanto você irá
Buscar o pai desavindo,
Se souber onde ele
está,
Caso não tenha já
vindo".
Depois de beijar o
filho,
Manhã cedo, olhar
molhado,
Mãe branca partiu à
pressa,
Coração bem apertado.
O bebé ali ficou,
Enlevo da petizada,
E passou a meninice
Nessa casa abençoada.
Sua mãe não
regressou,
Mas o Edson não sabia,
Porque mãe, só tinha
uma,
E outra, ele não
conhecia.
Um dia, chegou co'a
mãe.
Era um rapaz aprumado,
De nove anos muito
vivos,
Afável e comportado.
Mais tarde foi, que me
disse,
Ter a tristeza
presente.
Todos na família,
escuros,
Só ele ser o
dif’rente.
Não gostava de ser
branco,
Não par’cia natural.
Era seu maior desejo,
Aos seus irmãos, ser
igual.
Maria da Fonseca