Farrapinhos de algodão,
Sob um céu azul sem mancha.
Tarde suave de Outono,
No Tejo segue uma lancha...
Antigo Cais das Colunas,
Dos meus tempos de criança,
Junto a ti muito brinquei.
Como eu guardo na lembrança!
Um menino, eu recordo,
De seis anos, pouco mais,
Fugiu pra atracar o barco,
Prendendo a corda no cais.
A minha memória é fraca.
Grande é a minha saudade,
Do teu natural encanto,
"Ex-libris" desta cidade.
Ao domingo eras tão calmo.
Respirávamos a brisa,
Vinda do lado do rio.
Enleio de poetisa...
Ó meu Terreiro do Paço,
Praça linda de rever.
A imagem do teu passado,
Já me custa a descrever.
Agora és mais citadino,
Com as gentes a passar.
Não afastes as gaivotas,
Que vivem pra te enfeitar!
Maria da Fonseca