domingo, 15 de novembro de 2015

A Cumprir o Outono

 
 
 
 
 
 

Não vou 'squecer este outono
P´la sina ver alterada.
A Criação 'stá na mesma,
Morna, límpida e molhada.

Na marquise tenho as flores
'Inda a brilharem ao Sol,
Violetas perfumadas
E os antúrios arrebol.

Uma rosa pequenina,
Que encanta pela lindeza,
Olha pra mim altaneira,
De cima da minha mesa.

Lá fora 'stá uma arve
A enfeitar o jardim
Com folhagem amarela,
Todos os anos é assim.

As fruteiras rendilhadas,
De folhas secas vestidas,
Que logo se soltarão,
Pela viração, batidas.

E do outro lado, a tília
Que foi linda, harmoniosa,
Vai a perder a frescura,
Tendo florido odorosa.

Por perto 'stá S. Martinho,
Verão e castanha assada.
A beleza outonal
Breve será dissipada!
 
Maria da Fonseca

3 comentários:

  1. Uma sombra tolda a nossa alegria, mas felizmente temos a Criação a viver, a renascer, a encher-nos o olhar e a alma de tão belas formas e cores. Aqui, a Natureza chega-nos depurada, em mais um poema encantador. Muito obrigada querida Poetisa! Continue sempre a compor os seus maravilhosos hinos à Natureza! Muitos beijinhos, Ilona

    ResponderEliminar
  2. A sua poesia é sempre um hino à vida e à Natureza.
    Nela se encontra toda a sua imensa sensibilidade.
    Bjs. da amiga
    Irene Alves

    ResponderEliminar
  3. Um excelente poema, que tão bem fala da beleza do outono.
    Gostei imenso, cara amiga.
    Maria, continuação de boa semana.
    Um abraço.

    ResponderEliminar