quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Invernia


 
 
 
Está um inverno atroz,
Sopra o vento de rajada,
Invade o mar cada foz
E a chuva é desordenada.
 

Sucedem-se as tempestades,
Já de longe nomeadas,
Com quanta despiedade
Nossas terras maltratadas!
 
 
As ondas fortes, imensas,
Varrem todo o litoral,
A destruírem, propensas,
 As costas de Portugal.
 
 
Chuvas e ventos adversos
Destelham casas modestas,
Os campos ficam submersos,
Árvores caem funestas.
 
 
Há neve nas nossas serras,
Caminhos interrompidos,
 Percalços em várias terras,
Tementes, os desvalidos.
 
 
Triste tem sido a invernia,
Célere seja a espera
P'la beleza e calmaria,
Co'a vinda da primavera.
 
 
Maria da Fonseca

 
 
 
 


3 comentários:

  1. Poema brilhante! De grande expressividade e valor visual! Beijinhos, Ilona

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  2. Olá, Maria da Fonseca!

    Dizem alguns mais "entendidos"
    Que estamos a colher o que semeámos
    Oxalá que tal não passe de engano
    Mesmo que sejamos culpados...

    Lindo poema, muito bem construído, relato duma triste realidade.

    Abraço amigo e bom fim de semana.
    Vitor

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  3. Como é seu timbre consegue transpor em poema o que a envolve
    (o que nos envolve).
    Bj.
    Irene Alves

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