quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Passer domesticus



Porque és sempre tão amigo,
Meu pardal domesticado?
Duma fogosa espécie
A viver ao nosso lado!


Agora sabes que entrámos,
Temos a janela aberta.
Chegas com forte piado,
A mostrar que estás alerta.


Sempre aos pulos a espreitar,
E não pareces ter medo.
Teu ângulo de visão
Constitui o teu segredo.


Se o nosso gesto te espanta,
Aos saltos vais-te afastando.
Com teu olhar muito vivo,
Notas tudo, como e quando.


Logo seguimos co'a vista
Ligeiro o teu bater de asa.
Empoleiras-te na flor
Do ramo que é a tua casa.


Dizem que causas estragos
A comer grãos e rebentos.
Mas serves-te do meu prato,
Se eu deixar por uns momentos!


Dedicado como és
Bem te queremos, pardal.
Alegras a nossa vida
Com esse ar tão jovial!

Maria da Fonseca


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